RELEASE
DO FILME “CENTRO DA TERRA”
FICHA
TÉCNICA
A produção
geral do filme Centro da Terra é constituída por Álisson Pereira
Flor e Amilton Duarte Pereira. Ambos estudantes do curso de
licenciatura em Artes Visuais, pela Universidade Regional do
Cariri-URCA.
Durante a
carreira acadêmica Álisson tem se especializado em animação,
grande parte de seus trabalhos envolve a movimentação visual de
personagens, objetos e cenários. Fez parte de uma exposição feita
juntamente com seu irmão William Pereira Flor pela galeria
Experimenta, em parceria com o Centro Cultural Banco do Nordeste e
tendo como curador o prof. Dr. Fábio José Rodrigues da Costa, a
qual fez parte da programação do 3ª Encontro Internacional sobre
Educação Artística em 2014. Ainda apresentou algumas curtas na 1ª
Semana de Artes Visuais em Setembro de 2013.
Durante
sua carreira acadêmica Amilton tem se especializado em pintura
digital, aprofundando suas pesquisas e experimentações sobre
pintura e desenho no suporte computacional. Também teve um trabalho
apresentado na 1ª Semana de Artes Visuais, a HQ-trônica “E assimpor diante”, uma história em quadrinhos de cunho poético
filosófico sustentado pelo suporte digital. Sua publicação mais
recente é resultado de uma parceria com os alunos Luiz Fernando e
João Eudes, também do curso de licenciatura em Artes Visuais, na
construção da história em quadrinho “Doido de pedra: A teu
Deus”, onde colaborou com a coloração digital de algumas das
páginas. Esse trabalho foi provocado e publicado pela editora Marca de fantasia, na revista "Adeus".
A longa
metragem possui 75 min de duração. Tem como principal técnica a
animação computadorizada 2-D, um recurso digital que permite a
criação de toda a movimentação visual do filme.
Durante o
processo de construção, iniciado em 2011 e finalizado em 2015, foi
desenvolvido o roteiro, o qual sofreu constantes modificações.
Foram projetados os personagens, incluindo protagonistas,
coadjuvantes, figurantes e etc. Os cenários, todos coloridos com o
uso do lápis de cor. A animação, a qual se deu a partir de
diferentes tipos de recursos, como o flyp book e a mesa
digitalizadora. Também a dublagem, que envolveu a criação de um
estúdio improvisado e o convite específico de indivíduos aptos
para trabalhar com a voz. E a edição, processo que finalizou a
estrutura geral das sequências de cenas e consolidou todas as
propostas de exibição.
O
FILME
Os
personagens Victor, Amilton e Álisson são os protagonistas do
filme, os três são amigos inseparáveis que normalmente correm
atrás dos mesmos objetivos. Durante uma simples viagem ao México,
em uma ousada tentativa de gravar um documentário sobre os Maias, os
aventureiros perdem misteriosamente o veículo que o transportavam na
primeira ruína que encontram. No Templo das Inscrições, em Palenque. Para localizar esse carro vão em busca dos rastros
deixados pelos pneus, que surrealmente convergem para um buraco do
diâmetro de uma bola de basquete tampado com uma ruína Maia.
Victor, o mais excêntrico do trio, ao tentar abrir essa tampa, cai
acidentalmente em um sistema de esgoto subterrâneo, obrigando seus
parceiros a lhe resgatar com a máxima urgência. Sem nenhuma
experiência com resgates, Amilton e Álisson se atrapalham no
salvamento e acabam se juntando a Victor, e antes que possam terminar
de discutir sobre a situação, são levados por uma forte correnteza
de água para mais fundo do esgoto.
Essa
aventura não planejada começa a ficar pior quando Álisson fica
preso por uma espécie de rolha gigante, que ao ser retirada por
Amilton, deixa exposto um túnel intenso o qual suga ferozmente os
três personagens para um profundo lençol freático. Sem saber mais
como vão retornar à superfície, começam uma caminhada de aflição
em busca de qualquer indício de civilização, mesmo que isso pareça
impossível. Os cenários mudam, as estalactites e estalagmites são
deixadas para trás e dão lugar a imensos cristais presos em
monumentais paredes rochosas. A cobiça por esses minerais raros faz
com que os personagens tentem retirar um deles, a peleja para
arrancar é tão grande, que mesmo Amilton com toda sua força não
consegue. E êxito fica por conta de Victor que, com seu maxilar
colossal, tira e engole o cristal.
Daqui em
diante tudo continuaria normalmente complicado se não fosse pela
rachadura que se abre em baixo dos aventureiros, uma fina camada de
lava petrificada se aparta a baixo dos pés dos personagens e os
deslizam para um grande buraco. Mais uma vez, Álisson, Amilton e
Victor não sabem como reagir diante dessa difícil jornada, durante
a longa queda dentro do buraco restou apenas dos personagens dar as
mãos e rezar para que nada tornasse aquilo pior.
O que eles
não podiam imaginar era que no fim desse túnel havia uma inesperada
passagem, um portal místico que os levou ao um mundo subterrâneo,
algo nunca explorado. O Centro da Terra.
No primeiro
contanto com as estranhas espécies desse mundo perdido, os
protagonistas se deparam com uma imensa planta carnívora, um tipo de
mutação natural que ferozmente tenta devora-los. Para sair dessa
nova enrascada, os personagens se esquivam dos movimentos da planta
até conseguirem uma imprevista arma indígena, que nas mãos de
Amilton se transforma na solução do problema. Com mais dúvidas
sobre onde realmente estavam, o grupo decide procurar refugio e tentar
acalmar a situação. Infelizmente as condições não ajudam e a
situação piora. Os três são descobertos e caçados por alguns
guerreiros nativos, a perseguição começa assim que Victor se
assusta e corre desesperado. Na fuga, Amilton e Álisson se separam
de Victor, os dois começam então uma longa procura para encontrar
seu amigo e salvar suas vidas, mas acabam encontrando um segundo
problema.
Já em
outro lugar, numa paisagem recheada de magníficos cogumelos, está
Victor, que angustiado procura por seus parceiros. Perdido e
solitário, ele desvenda alguns desses perigosos fungos, como os
cogumelos de espinhos, espécie que lança afiadas pontas venenosas
quando são irritados. Mas a frente, quase desistindo de continuar
sua amargurada caminhada, ele é surpreendido por um jato de gás
alucinógeno de um outro cogumelo. O efeito provoca alucinações
estonteantes dele mesmo e acaba fazendo com que fuja correndo.
Enquanto
isso, o segundo problema de Álisson e Amilton cria forma e tenta
acabar com eles. Dois imensos monstros de lama, brotados do interior
de uma árvore, brigam entre socos e varetas com os garotos. Suas
vidas são salvas pelos mesmos guerreiros indígenas que os
perseguiram anteriormente. Desta vez eles os capturam e levam para a
sua cidade. A grande Uxmal. Lá se deparam com uma cidade maia
intacta no tempo, ainda com sua arquitetura conservada e executando
todas as condições de comércio e infraestrutura civil.
Algo
parecido acontece com Victor, que é achado por uma nativa maia. Para
ajuda-lo, a linda menina oferece suprimentos naturais a Victor e
tenta explicar que ele foi muito corajoso em andar sozinho por aquela
região. Sem entender o dialeto protomaia, Victor só se encanta com
a beleza da nativa enquanto ela percebe a aproximação de mais
pessoas. Eles tentam se esconder, mas infelizmente o líder dos
guerreiros maias os encontra e captura o pobre Victor.
Os
protagonistas agora se encontram juntos diante do julgamento dos
maias. O prefeito da cidade de Uxmal, Natta Laak’ Yunna, é
convocado pelo seu mensageiro, Chichica Too’l a comparecer diante
de sua população para seguir com as leis. Álisson, Amilton e
Victor, são culpados por profanarem em locais sagrados e por isso
devem ser estimados severamente. A decisão de Natta é que eles
sejam presos e encarcerados eternamente, mas sua filha Ittah Laak’
Waal, a moça que achou Victor, tenta impedir que isso aconteça. Uma
vez entendendo ela que os três garotos não oferecem risco a
população. É então que Chacco Nohochil, o líder dos guerreiros,
provoca o prefeito a tomar uma decisão mais audaciosa, pois ao
contrário de Ittah ele enoja os intrusos. Para a euforia de todos os
maias, Natta decide jogar os três perdidos aventureiros ao poço dos
sacrifícios, o ritual mais proclamado na crença desse povo.
Ainda sem
entender o que estava acontecendo, os protagonistas são levados até
o local do evento. Lá se deparam com uma gigantesca caverna
arquitetada especialmente para a cerimônia, é onde Amilton percebe
o quanto curioso é a situação. Mas antes de entender totalmente,
os três são jogados do enorme precipício para o fundo do poço. O
ritual começa e a preocupação aumenta, uma música dramática é
tocada, os maias entram em estado de espera e a água começa a se
movimentar abundantemente.
Aos poucos,
grandes tentáculos saem da água e em questões de segundos emerge
uma criatura paquidérmica rugindo de tanta raiva. O Kraken é
despertado.
É sem
dúvida o maior problema enfrentado pelos os três jovens. Embora
tenham tido êxito ao atacar os outros monstros, dessa vez os
personagens tinha que buscar refugio para se saírem bem, pois a
diferença de tamanho e fisionomia era totalmente desonesta com eles.
Só mesmo um milagre poderia salvar suas vidas. Aliás, só mesmo um
lanche poderia salvar suas vidas.
Se era
comida que o Kraken queria, então foi comida que os meninos deram.
Arriscadamente Amilton consegue arremessar um lanche caseiro, feito
por Victor, para dentro da boca do Kraken. O efeito colateral é
inevitável, tantos ingredientes malucos misturados em uma só porção
poderia alterar qualquer estômago. O mostro começa a se atordoar, os
maias correm de medo, pois nunca viram a criatura se comportar
daquela maneira, a caverna começa a tremer e surpreendentemente um
inexplicável clarão aparece. Essa força misteriosa ofusca a visão
de todos os presentes em instantes nada e nem ninguém reconhece o
local. Até que simplesmente Álisson, Amilton e Victor aparecem
dentro da pirâmide Chichén Ítza, em Yucatán.
Entre os
personagens não resta mais nada além de comemorar a volta para
superfície. Contentes pelo sucesso, o trio comemora até o momento
em que Victor sente uma forte dor estomacal. Sem saber o que seria,
ele apenas diz que comeu uma coisa bem grande. E provavelmente ela
não é daqui da superfície.
RELAÇÕES EXTERNAS
A
referência mais forte para a criação do filme foi o livro “Viagem
ao Centro da Terra” do escritor francês Gabriel Júlio Verne, um
livro de ficção científica escrito no século XIX. Tão forte esta
referência que o gênero do filme pode-se destacar como de Ficção
Científica. Acompanhado pelo humor, aplicado como uma sacada para se
chamar a atenção e tornar o assunto mais atraente. Há ainda as
relações com a ciência moderna que se encontram neste filme, como
o intrigante Buraco de Minhocas ou a mutação genética natural,
como no caso de alguns monstros presentes na longa. Houve-se um
cuidado também na representação da civilização maia, que após
muito tempo de estudo e pesquisas a respeito, se pôde representá-los
na forma em que se encaixa no filme.