quinta-feira, 26 de março de 2015

SOBRE O FILME

RELEASE DO FILME “CENTRO DA TERRA”


  1. FICHA TÉCNICA
A produção geral do filme Centro da Terra é constituída por Álisson Pereira Flor e Amilton Duarte Pereira. Ambos estudantes do curso de licenciatura em Artes Visuais, pela Universidade Regional do Cariri-URCA.
Durante a carreira acadêmica Álisson tem se especializado em animação, grande parte de seus trabalhos envolve a movimentação visual de personagens, objetos e cenários. Fez parte de uma exposição feita juntamente com seu irmão William Pereira Flor pela galeria Experimenta, em parceria com o Centro Cultural Banco do Nordeste e tendo como curador o prof. Dr. Fábio José Rodrigues da Costa, a qual fez parte da programação do 3ª Encontro Internacional sobre Educação Artística em 2014. Ainda apresentou algumas curtas na 1ª Semana de Artes Visuais em Setembro de 2013.
     Durante sua carreira acadêmica Amilton tem se especializado em pintura digital, aprofundando suas pesquisas e experimentações sobre pintura e desenho no suporte computacional. Também teve um trabalho apresentado na 1ª Semana de Artes Visuais, a HQ-trônica “E assimpor diante”, uma história em quadrinhos de cunho poético filosófico sustentado pelo suporte digital. Sua publicação mais recente é resultado de uma parceria com os alunos Luiz Fernando e João Eudes, também do curso de licenciatura em Artes Visuais, na construção da história em quadrinho “Doido de pedra: A teu Deus”, onde colaborou com a coloração digital de algumas das páginas. Esse trabalho foi provocado e publicado pela editora Marca de fantasia, na revista "Adeus".
A longa metragem possui 75 min de duração. Tem como principal técnica a animação computadorizada 2-D, um recurso digital que permite a criação de toda a movimentação visual do filme.
Durante o processo de construção, iniciado em 2011 e finalizado em 2015, foi desenvolvido o roteiro, o qual sofreu constantes modificações. Foram projetados os personagens, incluindo protagonistas, coadjuvantes, figurantes e etc. Os cenários, todos coloridos com o uso do lápis de cor. A animação, a qual se deu a partir de diferentes tipos de recursos, como o flyp book e a mesa digitalizadora. Também a dublagem, que envolveu a criação de um estúdio improvisado e o convite específico de indivíduos aptos para trabalhar com a voz. E a edição, processo que finalizou a estrutura geral das sequências de cenas e consolidou todas as propostas de exibição.

O FILME
Os personagens Victor, Amilton e Álisson são os protagonistas do filme, os três são amigos inseparáveis que normalmente correm atrás dos mesmos objetivos. Durante uma simples viagem ao México, em uma ousada tentativa de gravar um documentário sobre os Maias, os aventureiros perdem misteriosamente o veículo que o transportavam na primeira ruína que encontram. No Templo das Inscrições, em Palenque. Para localizar esse carro vão em busca dos rastros deixados pelos pneus, que surrealmente convergem para um buraco do diâmetro de uma bola de basquete tampado com uma ruína Maia. Victor, o mais excêntrico do trio, ao tentar abrir essa tampa, cai acidentalmente em um sistema de esgoto subterrâneo, obrigando seus parceiros a lhe resgatar com a máxima urgência. Sem nenhuma experiência com resgates, Amilton e Álisson se atrapalham no salvamento e acabam se juntando a Victor, e antes que possam terminar de discutir sobre a situação, são levados por uma forte correnteza de água para mais fundo do esgoto.
Essa aventura não planejada começa a ficar pior quando Álisson fica preso por uma espécie de rolha gigante, que ao ser retirada por Amilton, deixa exposto um túnel intenso o qual suga ferozmente os três personagens para um profundo lençol freático. Sem saber mais como vão retornar à superfície, começam uma caminhada de aflição em busca de qualquer indício de civilização, mesmo que isso pareça impossível. Os cenários mudam, as estalactites e estalagmites são deixadas para trás e dão lugar a imensos cristais presos em monumentais paredes rochosas. A cobiça por esses minerais raros faz com que os personagens tentem retirar um deles, a peleja para arrancar é tão grande, que mesmo Amilton com toda sua força não consegue. E êxito fica por conta de Victor que, com seu maxilar colossal, tira e engole o cristal.
Daqui em diante tudo continuaria normalmente complicado se não fosse pela rachadura que se abre em baixo dos aventureiros, uma fina camada de lava petrificada se aparta a baixo dos pés dos personagens e os deslizam para um grande buraco. Mais uma vez, Álisson, Amilton e Victor não sabem como reagir diante dessa difícil jornada, durante a longa queda dentro do buraco restou apenas dos personagens dar as mãos e rezar para que nada tornasse aquilo pior.
O que eles não podiam imaginar era que no fim desse túnel havia uma inesperada passagem, um portal místico que os levou ao um mundo subterrâneo, algo nunca explorado. O Centro da Terra.
No primeiro contanto com as estranhas espécies desse mundo perdido, os protagonistas se deparam com uma imensa planta carnívora, um tipo de mutação natural que ferozmente tenta devora-los. Para sair dessa nova enrascada, os personagens se esquivam dos movimentos da planta até conseguirem uma imprevista arma indígena, que nas mãos de Amilton se transforma na solução do problema. Com mais dúvidas sobre onde realmente estavam, o grupo decide procurar refugio e tentar acalmar a situação. Infelizmente as condições não ajudam e a situação piora. Os três são descobertos e caçados por alguns guerreiros nativos, a perseguição começa assim que Victor se assusta e corre desesperado. Na fuga, Amilton e Álisson se separam de Victor, os dois começam então uma longa procura para encontrar seu amigo e salvar suas vidas, mas acabam encontrando um segundo problema.
Já em outro lugar, numa paisagem recheada de magníficos cogumelos, está Victor, que angustiado procura por seus parceiros. Perdido e solitário, ele desvenda alguns desses perigosos fungos, como os cogumelos de espinhos, espécie que lança afiadas pontas venenosas quando são irritados. Mas a frente, quase desistindo de continuar sua amargurada caminhada, ele é surpreendido por um jato de gás alucinógeno de um outro cogumelo. O efeito provoca alucinações estonteantes dele mesmo e acaba fazendo com que fuja correndo.
Enquanto isso, o segundo problema de Álisson e Amilton cria forma e tenta acabar com eles. Dois imensos monstros de lama, brotados do interior de uma árvore, brigam entre socos e varetas com os garotos. Suas vidas são salvas pelos mesmos guerreiros indígenas que os perseguiram anteriormente. Desta vez eles os capturam e levam para a sua cidade. A grande Uxmal. Lá se deparam com uma cidade maia intacta no tempo, ainda com sua arquitetura conservada e executando todas as condições de comércio e infraestrutura civil.
Algo parecido acontece com Victor, que é achado por uma nativa maia. Para ajuda-lo, a linda menina oferece suprimentos naturais a Victor e tenta explicar que ele foi muito corajoso em andar sozinho por aquela região. Sem entender o dialeto protomaia, Victor só se encanta com a beleza da nativa enquanto ela percebe a aproximação de mais pessoas. Eles tentam se esconder, mas infelizmente o líder dos guerreiros maias os encontra e captura o pobre Victor.
Os protagonistas agora se encontram juntos diante do julgamento dos maias. O prefeito da cidade de Uxmal, Natta Laak’ Yunna, é convocado pelo seu mensageiro, Chichica Too’l a comparecer diante de sua população para seguir com as leis. Álisson, Amilton e Victor, são culpados por profanarem em locais sagrados e por isso devem ser estimados severamente. A decisão de Natta é que eles sejam presos e encarcerados eternamente, mas sua filha Ittah Laak’ Waal, a moça que achou Victor, tenta impedir que isso aconteça. Uma vez entendendo ela que os três garotos não oferecem risco a população. É então que Chacco Nohochil, o líder dos guerreiros, provoca o prefeito a tomar uma decisão mais audaciosa, pois ao contrário de Ittah ele enoja os intrusos. Para a euforia de todos os maias, Natta decide jogar os três perdidos aventureiros ao poço dos sacrifícios, o ritual mais proclamado na crença desse povo.
Ainda sem entender o que estava acontecendo, os protagonistas são levados até o local do evento. Lá se deparam com uma gigantesca caverna arquitetada especialmente para a cerimônia, é onde Amilton percebe o quanto curioso é a situação. Mas antes de entender totalmente, os três são jogados do enorme precipício para o fundo do poço. O ritual começa e a preocupação aumenta, uma música dramática é tocada, os maias entram em estado de espera e a água começa a se movimentar abundantemente.
Aos poucos, grandes tentáculos saem da água e em questões de segundos emerge uma criatura paquidérmica rugindo de tanta raiva. O Kraken é despertado.
É sem dúvida o maior problema enfrentado pelos os três jovens. Embora tenham tido êxito ao atacar os outros monstros, dessa vez os personagens tinha que buscar refugio para se saírem bem, pois a diferença de tamanho e fisionomia era totalmente desonesta com eles. Só mesmo um milagre poderia salvar suas vidas. Aliás, só mesmo um lanche poderia salvar suas vidas.
Se era comida que o Kraken queria, então foi comida que os meninos deram. Arriscadamente Amilton consegue arremessar um lanche caseiro, feito por Victor, para dentro da boca do Kraken. O efeito colateral é inevitável, tantos ingredientes malucos misturados em uma só porção poderia alterar qualquer estômago. O mostro começa a se atordoar, os maias correm de medo, pois nunca viram a criatura se comportar daquela maneira, a caverna começa a tremer e surpreendentemente um inexplicável clarão aparece. Essa força misteriosa ofusca a visão de todos os presentes em instantes nada e nem ninguém reconhece o local. Até que simplesmente Álisson, Amilton e Victor aparecem dentro da pirâmide Chichén Ítza, em Yucatán.
Entre os personagens não resta mais nada além de comemorar a volta para superfície. Contentes pelo sucesso, o trio comemora até o momento em que Victor sente uma forte dor estomacal. Sem saber o que seria, ele apenas diz que comeu uma coisa bem grande. E provavelmente ela não é daqui da superfície.

RELAÇÕES EXTERNAS
A referência mais forte para a criação do filme foi o livro “Viagem ao Centro da Terra” do escritor francês Gabriel Júlio Verne, um livro de ficção científica escrito no século XIX. Tão forte esta referência que o gênero do filme pode-se destacar como de Ficção Científica. Acompanhado pelo humor, aplicado como uma sacada para se chamar a atenção e tornar o assunto mais atraente. Há ainda as relações com a ciência moderna que se encontram neste filme, como o intrigante Buraco de Minhocas ou a mutação genética natural, como no caso de alguns monstros presentes na longa. Houve-se um cuidado também na representação da civilização maia, que após muito tempo de estudo e pesquisas a respeito, se pôde representá-los na forma em que se encaixa no filme.

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