sexta-feira, 27 de março de 2015

Rascunhos: As águas sagradas

Proporção
     Um dos poucos cenários que não exigiu tanta figuração e angulação. Pretendíamos apenas representar um local mais calmo e que os personagens ficassem bem compostos na cena. Esses rascunhos foram importantes, assim como os demais, para criar um alívio entre as cenas de ação, assim como um respiro para explicar e descrever alguns questionamentos já destacados pelos próprios personagens. É possível ver anotações referentes a localização de objetos, isso traz mais segurança para as próximas etapas, como o desenho final dos cenários e a animação.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Entre produtores, atores e amigos.


     A dublagem do filme contou com a participação de várias pessoas competentes e abertas para expor suas personalidades. O processo partiu inicialmente pela análise das vozes que seriam necessárias. Depois foram feitas algumas observações específicas de pessoas ao qual já conhecíamos, para a partir delas relacionamos com os personagens do filme. Ao serem chamadas, as mesmas passavam por um momento de aproximação com atmosfera dos personagens, assim ficariam convictas para quem estariam emprestando a voz. Todas as dublagens foram dirigidas e gravas pelos os produtores, pois tais carregavam toda a concepção do filme e sabiam quais as melhores saídas para a etapa seguinte. 
     No fim de cada dia de gravação, havia bastante entusiamo e ansiedade para prestigiar o resultado final. Todos os envolvidos se sentiram honrados em participar dessa fase do filme. 

Não só produtor, mas também um ótimo dublador. Amilton empresta sua voz ao personagem de mesmo nome e características. Também dá vida aos principais monstros e animais do filme, interpretando eles de maneira criativa e especial. Além de um maia, figurante cômico que aparece no filme.


Saber modificar o timbre muitas vezes ajuda. Álisson dubla seis personagens diferentes no filme Centro da Terra. Cada um feito carregando atuações específicas. Não se deixe enganar, reveja o filme, é ele mesmo que faz todos esses.


Leonardo Santos traz seu talento de interpretação vocal do Teatro à dublagem do personagem Victor. Nossa melhor escolha feita para os personagens. Sem dúvida um ótimo profissional, atendeu potencialmente todas nossas expectativas.


Seu timbre grave fez com que o personagem Roberto ganhasse destaque junto à sua companheira Laura. Clécio Jamilson dublou impecavelmente a língua espanhola.


Kátia Rodrigues mostra que falar em espanhol não é barreira o suficiente para a impedir de demonstrar seu talento. Sorridente e feliz por trabalhar com a dublagem, Katia transformou nossa Laura em uma inesquecível personagem


Evelyn compõe a personalidade da graciosa e brava Ittah com sua voz inigualável. Uma das pessoas ao qual era imprescindível participar da dublagem, sua voz existe para falar por Ittah.


Talento nas Artes Visuais e também na dublagem. Longe de falhas, Samuel dos Santos (Conhecido como Samuel Quixote) dublou Chacco, o guerreiro-chefe maia.


Distante em idades, Natália Lacerda é uma jovem que consegue dublar uma senhora idosa, vendedora de bijuterias no mercado maia. Participação mínima, mas com grande importância para compor um dos cenários mais ricos do filme.


Com uma voz nascida para ser ouvida e não mais esquecê-la, Natanael dubla o personagem baseado nele mesmo e o eterniza nesta longa-metragem.


A dublagem do filme revelou alguns talentos. Cássio Jonas mostrou uma nova voz e fez bonito ao dublar o guia turístico Carlito Escobar.

SOBRE O FILME

RELEASE DO FILME “CENTRO DA TERRA”


  1. FICHA TÉCNICA
A produção geral do filme Centro da Terra é constituída por Álisson Pereira Flor e Amilton Duarte Pereira. Ambos estudantes do curso de licenciatura em Artes Visuais, pela Universidade Regional do Cariri-URCA.
Durante a carreira acadêmica Álisson tem se especializado em animação, grande parte de seus trabalhos envolve a movimentação visual de personagens, objetos e cenários. Fez parte de uma exposição feita juntamente com seu irmão William Pereira Flor pela galeria Experimenta, em parceria com o Centro Cultural Banco do Nordeste e tendo como curador o prof. Dr. Fábio José Rodrigues da Costa, a qual fez parte da programação do 3ª Encontro Internacional sobre Educação Artística em 2014. Ainda apresentou algumas curtas na 1ª Semana de Artes Visuais em Setembro de 2013.
     Durante sua carreira acadêmica Amilton tem se especializado em pintura digital, aprofundando suas pesquisas e experimentações sobre pintura e desenho no suporte computacional. Também teve um trabalho apresentado na 1ª Semana de Artes Visuais, a HQ-trônica “E assimpor diante”, uma história em quadrinhos de cunho poético filosófico sustentado pelo suporte digital. Sua publicação mais recente é resultado de uma parceria com os alunos Luiz Fernando e João Eudes, também do curso de licenciatura em Artes Visuais, na construção da história em quadrinho “Doido de pedra: A teu Deus”, onde colaborou com a coloração digital de algumas das páginas. Esse trabalho foi provocado e publicado pela editora Marca de fantasia, na revista "Adeus".
A longa metragem possui 75 min de duração. Tem como principal técnica a animação computadorizada 2-D, um recurso digital que permite a criação de toda a movimentação visual do filme.
Durante o processo de construção, iniciado em 2011 e finalizado em 2015, foi desenvolvido o roteiro, o qual sofreu constantes modificações. Foram projetados os personagens, incluindo protagonistas, coadjuvantes, figurantes e etc. Os cenários, todos coloridos com o uso do lápis de cor. A animação, a qual se deu a partir de diferentes tipos de recursos, como o flyp book e a mesa digitalizadora. Também a dublagem, que envolveu a criação de um estúdio improvisado e o convite específico de indivíduos aptos para trabalhar com a voz. E a edição, processo que finalizou a estrutura geral das sequências de cenas e consolidou todas as propostas de exibição.

O FILME
Os personagens Victor, Amilton e Álisson são os protagonistas do filme, os três são amigos inseparáveis que normalmente correm atrás dos mesmos objetivos. Durante uma simples viagem ao México, em uma ousada tentativa de gravar um documentário sobre os Maias, os aventureiros perdem misteriosamente o veículo que o transportavam na primeira ruína que encontram. No Templo das Inscrições, em Palenque. Para localizar esse carro vão em busca dos rastros deixados pelos pneus, que surrealmente convergem para um buraco do diâmetro de uma bola de basquete tampado com uma ruína Maia. Victor, o mais excêntrico do trio, ao tentar abrir essa tampa, cai acidentalmente em um sistema de esgoto subterrâneo, obrigando seus parceiros a lhe resgatar com a máxima urgência. Sem nenhuma experiência com resgates, Amilton e Álisson se atrapalham no salvamento e acabam se juntando a Victor, e antes que possam terminar de discutir sobre a situação, são levados por uma forte correnteza de água para mais fundo do esgoto.
Essa aventura não planejada começa a ficar pior quando Álisson fica preso por uma espécie de rolha gigante, que ao ser retirada por Amilton, deixa exposto um túnel intenso o qual suga ferozmente os três personagens para um profundo lençol freático. Sem saber mais como vão retornar à superfície, começam uma caminhada de aflição em busca de qualquer indício de civilização, mesmo que isso pareça impossível. Os cenários mudam, as estalactites e estalagmites são deixadas para trás e dão lugar a imensos cristais presos em monumentais paredes rochosas. A cobiça por esses minerais raros faz com que os personagens tentem retirar um deles, a peleja para arrancar é tão grande, que mesmo Amilton com toda sua força não consegue. E êxito fica por conta de Victor que, com seu maxilar colossal, tira e engole o cristal.
Daqui em diante tudo continuaria normalmente complicado se não fosse pela rachadura que se abre em baixo dos aventureiros, uma fina camada de lava petrificada se aparta a baixo dos pés dos personagens e os deslizam para um grande buraco. Mais uma vez, Álisson, Amilton e Victor não sabem como reagir diante dessa difícil jornada, durante a longa queda dentro do buraco restou apenas dos personagens dar as mãos e rezar para que nada tornasse aquilo pior.
O que eles não podiam imaginar era que no fim desse túnel havia uma inesperada passagem, um portal místico que os levou ao um mundo subterrâneo, algo nunca explorado. O Centro da Terra.
No primeiro contanto com as estranhas espécies desse mundo perdido, os protagonistas se deparam com uma imensa planta carnívora, um tipo de mutação natural que ferozmente tenta devora-los. Para sair dessa nova enrascada, os personagens se esquivam dos movimentos da planta até conseguirem uma imprevista arma indígena, que nas mãos de Amilton se transforma na solução do problema. Com mais dúvidas sobre onde realmente estavam, o grupo decide procurar refugio e tentar acalmar a situação. Infelizmente as condições não ajudam e a situação piora. Os três são descobertos e caçados por alguns guerreiros nativos, a perseguição começa assim que Victor se assusta e corre desesperado. Na fuga, Amilton e Álisson se separam de Victor, os dois começam então uma longa procura para encontrar seu amigo e salvar suas vidas, mas acabam encontrando um segundo problema.
Já em outro lugar, numa paisagem recheada de magníficos cogumelos, está Victor, que angustiado procura por seus parceiros. Perdido e solitário, ele desvenda alguns desses perigosos fungos, como os cogumelos de espinhos, espécie que lança afiadas pontas venenosas quando são irritados. Mas a frente, quase desistindo de continuar sua amargurada caminhada, ele é surpreendido por um jato de gás alucinógeno de um outro cogumelo. O efeito provoca alucinações estonteantes dele mesmo e acaba fazendo com que fuja correndo.
Enquanto isso, o segundo problema de Álisson e Amilton cria forma e tenta acabar com eles. Dois imensos monstros de lama, brotados do interior de uma árvore, brigam entre socos e varetas com os garotos. Suas vidas são salvas pelos mesmos guerreiros indígenas que os perseguiram anteriormente. Desta vez eles os capturam e levam para a sua cidade. A grande Uxmal. Lá se deparam com uma cidade maia intacta no tempo, ainda com sua arquitetura conservada e executando todas as condições de comércio e infraestrutura civil.
Algo parecido acontece com Victor, que é achado por uma nativa maia. Para ajuda-lo, a linda menina oferece suprimentos naturais a Victor e tenta explicar que ele foi muito corajoso em andar sozinho por aquela região. Sem entender o dialeto protomaia, Victor só se encanta com a beleza da nativa enquanto ela percebe a aproximação de mais pessoas. Eles tentam se esconder, mas infelizmente o líder dos guerreiros maias os encontra e captura o pobre Victor.
Os protagonistas agora se encontram juntos diante do julgamento dos maias. O prefeito da cidade de Uxmal, Natta Laak’ Yunna, é convocado pelo seu mensageiro, Chichica Too’l a comparecer diante de sua população para seguir com as leis. Álisson, Amilton e Victor, são culpados por profanarem em locais sagrados e por isso devem ser estimados severamente. A decisão de Natta é que eles sejam presos e encarcerados eternamente, mas sua filha Ittah Laak’ Waal, a moça que achou Victor, tenta impedir que isso aconteça. Uma vez entendendo ela que os três garotos não oferecem risco a população. É então que Chacco Nohochil, o líder dos guerreiros, provoca o prefeito a tomar uma decisão mais audaciosa, pois ao contrário de Ittah ele enoja os intrusos. Para a euforia de todos os maias, Natta decide jogar os três perdidos aventureiros ao poço dos sacrifícios, o ritual mais proclamado na crença desse povo.
Ainda sem entender o que estava acontecendo, os protagonistas são levados até o local do evento. Lá se deparam com uma gigantesca caverna arquitetada especialmente para a cerimônia, é onde Amilton percebe o quanto curioso é a situação. Mas antes de entender totalmente, os três são jogados do enorme precipício para o fundo do poço. O ritual começa e a preocupação aumenta, uma música dramática é tocada, os maias entram em estado de espera e a água começa a se movimentar abundantemente.
Aos poucos, grandes tentáculos saem da água e em questões de segundos emerge uma criatura paquidérmica rugindo de tanta raiva. O Kraken é despertado.
É sem dúvida o maior problema enfrentado pelos os três jovens. Embora tenham tido êxito ao atacar os outros monstros, dessa vez os personagens tinha que buscar refugio para se saírem bem, pois a diferença de tamanho e fisionomia era totalmente desonesta com eles. Só mesmo um milagre poderia salvar suas vidas. Aliás, só mesmo um lanche poderia salvar suas vidas.
Se era comida que o Kraken queria, então foi comida que os meninos deram. Arriscadamente Amilton consegue arremessar um lanche caseiro, feito por Victor, para dentro da boca do Kraken. O efeito colateral é inevitável, tantos ingredientes malucos misturados em uma só porção poderia alterar qualquer estômago. O mostro começa a se atordoar, os maias correm de medo, pois nunca viram a criatura se comportar daquela maneira, a caverna começa a tremer e surpreendentemente um inexplicável clarão aparece. Essa força misteriosa ofusca a visão de todos os presentes em instantes nada e nem ninguém reconhece o local. Até que simplesmente Álisson, Amilton e Victor aparecem dentro da pirâmide Chichén Ítza, em Yucatán.
Entre os personagens não resta mais nada além de comemorar a volta para superfície. Contentes pelo sucesso, o trio comemora até o momento em que Victor sente uma forte dor estomacal. Sem saber o que seria, ele apenas diz que comeu uma coisa bem grande. E provavelmente ela não é daqui da superfície.

RELAÇÕES EXTERNAS
A referência mais forte para a criação do filme foi o livro “Viagem ao Centro da Terra” do escritor francês Gabriel Júlio Verne, um livro de ficção científica escrito no século XIX. Tão forte esta referência que o gênero do filme pode-se destacar como de Ficção Científica. Acompanhado pelo humor, aplicado como uma sacada para se chamar a atenção e tornar o assunto mais atraente. Há ainda as relações com a ciência moderna que se encontram neste filme, como o intrigante Buraco de Minhocas ou a mutação genética natural, como no caso de alguns monstros presentes na longa. Houve-se um cuidado também na representação da civilização maia, que após muito tempo de estudo e pesquisas a respeito, se pôde representá-los na forma em que se encaixa no filme.

quarta-feira, 25 de março de 2015

quarta-feira, 11 de março de 2015

Rascunho: As bases

Colunas características


Por muito tempo tivemos a preocupação de estudar todos os possíveis fatores biológicos e históricos que ocorriam na trama, esses relacionados às plantas, vegetação, ruínas e acontecimentos resgatados. Quando começamos a nos dedicar a paisagem no centro da terra, em específico a amplitude das formações naturais, a Geografia passou a caminhar paralelo a nossas pesquisas, já que pretendíamos apresentar um ambiente diferente embora lembrando características comuns da superfície. Nesse rascunho é possível observar vários tipos visuais de colunas rochosas, tais seriam apresentadas como as principais bases que sustentariam ou apoiariam o céu – uma nomenclatura que poderá ser repensada na continuação do filme. Os desenhos mais próximos da margem inferior da imagem foram pensados a partir das formações naturais estalactites e estalagmites, variando apenas de intensidade ou processo de aglomeração.
Do ponto de vista visual, essas imensas colunas influenciam a composição da paisagem, de maneira que fundamentam a nossa teoria fictícia de como é o centro da terra. 

domingo, 8 de março de 2015

Personagens: Planta carnívora

Duas em uma


Nome: Nepenthes Attenborough Rafflesia Arnoldi
Altura: Variável entre 6 a 8m
Idade: Próximo de 218 anos
Peso: Variável entre 720 a 914 kg
Cor do tecido: Epiderme com pigmentos verdes e vermelhos.
Personalidade: Não possui vestígio de inteligência integrada. Entretanto, como muitas das espécies naturais do centro da terra, essa planta carnívora age ferozmente por seus instintos selvagens e pela sua sobrevivência. Sua estrutura fisionômica é resultado de uma fusão mutante entre duas espécies de plantas,  a Nepenthes Attenborough e a Rafflesia Arnoldi. Ainda não se sabe como essa modificação ocorreu, mas julgando o seu habitat, supõe-se que os fatores geográficos e as condições climáticas influenciaram o raro processo. A planta ainda se alimenta de animais pequenos (em relação ao seu tamanho) e de outras plantas. Não é capaz de se locomover, mas possui um tipo de “língua” em formato de folha, que lhe permite melhor manuseio com seus alimentos. 

Cenário: Queda do abismo

Fundo infinito

Não são cenários do tipo paisagem como os anteriores, foram feitos para complementar a composição quando houver ausências de fundo. Esses são desenhos que representam uma única e imensa parede rochosa, a junção dos três acontece da pós-edição, quando alinhamos uma por cima da outra e unimos as bordas inferiores e superiores. Assim cria-se um efeito de infinito, pois repetimos a mesma imagem com forme ela se movimenta de baixo para cima.

Story Board: Começando

Personagens indefinidos






Centro da Terra- clipe



Clip oficial do filme Centro da Terra. Nele é possível escutar o tema central do filme e acompanhar o processo de gravação do mesmo. Abaixo está a letra da musica escrita e construída por Álisson Pereira.


Como podem olhar-se as estrelas no céu
Se, pois essas estão fora da Biosfera?
Sob os passos jaz algum lugar descrito num papel
Quão oculto e fascinante, uma aventura à espera

Foi num piscar de olhos que num abismo entrou
Entre quartzos, cavernas que não eram Lascaux
Num piscar de olhos alguém desafiou
De um segundo pro outro que entre mundos passou

Lá está vindo a ciência pra provar que o chão é vindo
De uma crosta, de um manto, de um núcleo e Mesosfera.
O que aconteceu com os Maias: foram extintos ou fugiram?
Sabe quem leu num livro: Estão no centro da Terra!

Foi num piscar de olhos que num abismo entrou
Entre quartzos, cavernas que não eram Lascaux
Num piscar de olhos alguém desafiou
De um segundo pro outro que entre mundos passou

Lenda grega dos mares quita em subterrâneo,
Ser um divino ser servindo a seus servos aos tantos
Com três jovens sendo jogados de um precipício
Ao monstro temeroso, o Kraken, como sacrifício.

Foi num piscar de olhos que o Big Bang expandiu
Buraco de minhocas o tempo e espaço sucumbiu
Num piscar de olhos que um frame passou
Veja os Créditos do filme que ainda não acabou

sábado, 7 de março de 2015

Personagem: Os montros

A lama mais que viva


Altura: Variável entre 2 a 3m
Idade: Oficialmente não existem registros científicos ou históricos dessa espécie. Mas devido a seu habitat no centro da terra, datamos sua origem próxima de 600 mil anos.
Peso: Variável entre 320 a 410 kg
Cor da pele: Material orgânico de cor amarronzada e verde lodo.
Personalidade: Embora não possua cérebro ou qualquer indício de inteligência integrada, essa antiga e estranha espécie de organismo vivo se manifesta com muito instinto e intuição selvagem. A espécie não é capaz de discernir certo e errado, bom ou ruim, apenas age pela tendência natural de sobrevivência, como a maioria dos animais e seres orgânicos do centro da terra. Possui uma técnica intrínseca de imitação fisionômica, a qual lhe permite modelar seu próprio corpo e, ao mesmo tempo, inibir suas presas de ataques ou incômodos pertinentes. 

Trailer oficial Centro da Terra


O trailer do filme CENTRO DA TERRA apresenta os protagonistas da trama, Amilton, Álisson e Victor, se aventurando por diversos cenários e situações problemáticas durante uma inesperada viagem.

Rascunhos: Chevette

Por dentro do veículo


Para se construir o interior de alguma sala ou cômodo no âmbito da animação, o desenhista tem que esquematizar cada objeto separadamente, dando devida atenção aos detalhes e onde estará cada artefato. No caso na longa Centro da Terra, os objetos contidos dentro do Chevette e Trailer foram cuidadosamente rascunhados e escolhidos para não dar impressão de um lugar fechado demais ou aberto demais. Sendo um Chevette velho de modelo 1978, determinadas partes evidenciam a ação corruptiva do tempo, como os bancos rasgados, a pintura desbotada e sua porta de cor diferente.
Estes rascunhos passaram por poucas modificações, uma vez que sua interligação deu certo.
Outros elementos como o X-Quase Tudo, o livro de Júlio Verne, a imagem do Pe. Cícero e o ventilador não fazem parte do veículo, mas de certa forma compõem este cenário.

Rascunhos: Victor e suas caras

Expressões faciais


Victor é o personagem mais cômico da trama, sabe quem assistiu ou leu a respeito. Sendo o personagem de mais destaque, suas expressões são as que sofrem mais influência do cartoom. Com a atribuição de humor feita a ele, fica difícil não imaginá-lo fazendo alguma gracinha, então desenhar este personagem em diversas situações ajudaram muito a entendê-lo enquadrado entre os outros personagens.

Cenário: Caverna de cristal

O brilho inóspito





Já mencionamos que a Textura é um elemento fundamental na criação dos cenários. Contudo, é nesse grupo que tal recebe  maior ênfase para as imagens, seu destaque está no padrão rochoso que completa a ambientação, essa acentuada pela a deformidade nas pedras. Outra característica que esquematiza essa composição é à disposição espacial dos cristais, cujo se dinamizam por variarem  de tamanho e de intensidade do brilho. Em Naica, nas profundesas do deserto de Chihuahua, no México, existe uma magnífica caverna repleta de enormes cristais, os registros fotográficos dessa fascinante descoberta influenciaram diretamente o desenho dos nossos cenários, a maneira como cresceram os cristais foi o que mais chamou nossa atenção, uma vez que também pretendíamos  apresentar algo semelhante.
Tivemos uma grande dificuldade em representar os cristais. Para convencer o público de que estavam vendo minerais raríssimos tivemos de rascunhar vários desenhos, começarmos a notar que a linha de contorno deveria ser mais fina do que as das rochas, e a cor variava de acordo com a posição do cristal em relação ao espectador. Além da pouca qualidade que conseguimos usando o lápis de cor. 


Cenário: A floresta mãe

Resgatando


Esse é um dos poucos cenários que não aparecem no filme. Criado para ser a representação visual da vegetação existente no centro da terra, esse desenho se tornou apenas um referencial para a construção de outros cenários do mesmo tipo, pois a composição se mostrou exagerada e rapidamente diferente do que sugerimos depois. Algumas dessas plantas desenhadas foram aproveitadas em diversos cenários de vegetação, outras foram descartadas por serem muito semelhantes a espécies existentes na superfície. Essa relação nos foi importante para projetarmos uma ambientação própria e diversificada, dando vida a um mundo nunca visto ou descoberto. 

sexta-feira, 6 de março de 2015

Cenários: Afinando as formas

Apropriação





Na medida em que os personagens adentram cada vez mais o subterrâneo, nós, desenhistas e coloristas, recorríamos a mais referencias visuais. Nesses cenários procuramos destacar a estrutura natural dos lençóis freáticos, principalmente pelo o fascinante processo de modelagem que acontecem durante a formação dessas estruturas. Nós apropriamos o contorno das estalactites e estalagmites a fim de realçar seu formato, evidenciamos um pouco mais a Forma e atribuímos uma harmonia reconhecível, desenvolvendo assim uma composição própria para as cenas e, crucialmente, para a fotografia do filme. Vale ainda destacar uma simples e importante observação feita durante o processo, a cor a qual define a representação da água foi escolhida para dialogar, visualmente, com os tons amarelados da caverna, já que esse tipo de azul não pode ser encontrado em uma localidade como a que criamos, pois segundo nossas pesquisas, teria que haver uma grande quantidade de luz solar incidindo o interior da caverna. 

quinta-feira, 5 de março de 2015

Cenários: Os esgotos

Estranhos e problemáticos




Nesta mudança rígida de cenário, tivemos a intenção de construir um esgoto prático e ao mesmo tempo contrastante. Queríamos um espaço que não tivesse muita relação com o anterior, uma vez que realmente não existe uma infraestrutura desse tipo no subsolo das ruínas de Palenque. A ousadia em criar uma construção como essa partiu das necessidades narrativas do filme, através dela podemos aperfeiçoar um dos fundamentos visuais que sempre estiveram acompanhando o processo de construção cenográfica do filme. A Textura. Embora não seja o grupo de cenários que contenha maior destaque sobre esse aspecto, como pode ser visto em outros grupos neste mesmo blog, o esgoto foi nossa primeira experimentação prática. Estávamos descobrindo as possibilidades de se criar uma textura fixa para cada componente de espaço. Nas paredes, por exemplo, tínhamos que deixar evidente o desgaste do tempo e da umidade, um tipo de textura complicado de se fazer apenas lápis de cor. 

Teaser original- Centro da Terra


Um instigador teaser do Filme CENTRO DA TERRA. 

quarta-feira, 4 de março de 2015

Objetos cenográficos: Os veículos

 O CHEVETTE

Apesar de ser uma representação visual bem próxima do modelo GP II (facelift) de 1978, esse Chevette foi transformado em um veículo totalmente alternativo. Como muito dos carros próprios, esse recebe apetrechos arrojados e particularmente simbólicos do seu dono, como o chaveiro esculpido com a representação, em miniatura, da imagem do Padre Cícero Romão Batista, grande influência sobre o contexto político, religioso e social da região do Cariri, assim como no Ceará e todo o Nordeste. Esses objetos, além de servirem como base para a concepção cenográfica, são usados como conteúdo para as animações, ou seja, são os mesmos desenhos que se apresentam durante o filme, o que resulta no rendimento final da produção.















O TRAILER
Por definição própria, o trailer é uma residência móvel. E nele deve haver todos os objetos essenciais para uma longa estadia, camas, mesas, banheiros, etc. Além dos decorativos, que sempre são bem ajustados e demonstram parte do bom gosto dos seus utilitários. O conforto está na associação do veículo com uma casa, pois organizando todos os arranjos com forme o habitual torna a afinidade entre máquina e homem melhor.
Assim como acontece com o chevette, o trailer também é desenhado pensando no rendimento da produção. De fato, cada peça criada representa os costumes dos seus usuários, mas se inclui ainda a maneira como eles vão interagir com a animação. Embora essa esquematização às vezes não funcione quando um dos desenhos concebidos não é incluído no filme.